Diário de Trasnbordo - Parte VI: Chiles, Chiles

- Dolores, porque todas as comidas aqui são tão apimentadas?
- Os mexicanos cultivam o paladar, Teresa. A cada mordida exploram as mínimas partículas dos alimentos que tocam o grande órgão sensitivo bucal. E a pimenta é o ingrediente que conduz ao orgasmo sensitivo do paladar.
- A pimenta ajuda os mexicanos a sentir o mundo com a língua, Dolores?
- Mais ou menos isso, pequena. Mas não se trata só de sentir o mundo com a língua. É atingir o clímax da sensação do paladar. A pimenta ajuda a abrir os poros sensitivos, e por isso quanto mais picante melhor.
- Os mexicanos devem ser bons amantes... Posso sentir o mundo com a língua também, Dolores? Posso?
- Vamos, menina. Precisamos de uma tequila.
- Os mexicanos cultivam o paladar, Teresa. A cada mordida exploram as mínimas partículas dos alimentos que tocam o grande órgão sensitivo bucal. E a pimenta é o ingrediente que conduz ao orgasmo sensitivo do paladar.
- A pimenta ajuda os mexicanos a sentir o mundo com a língua, Dolores?
- Mais ou menos isso, pequena. Mas não se trata só de sentir o mundo com a língua. É atingir o clímax da sensação do paladar. A pimenta ajuda a abrir os poros sensitivos, e por isso quanto mais picante melhor.
- Os mexicanos devem ser bons amantes... Posso sentir o mundo com a língua também, Dolores? Posso?
- Vamos, menina. Precisamos de uma tequila.
Tijuana, 25 de setembro de 2006.
2 Comments:
A língua que ajuda a mentir nos palanques é a mesma língua que nos apresenta o carinho dos doces da vovó que tornam tão mítica e saudosa a nossa infância. A língua que causa raiva pelo comentário ferino é a mesma que causa êxtase ao passear pelo corpo da pessoa amada.
A língua que arde com as pimentas do mundo é a mesma que estala com as coisas doces da vida.
O peixe morre pela boca? Talvez. Mas também é pela boca que se fala, que se come, que se ama. Pela boca se vive.
Saudades em fraternura, minha querida.
Mauro
Duas! Também preciso!
Post a Comment
<< Home