Thursday, January 11, 2007

Bolivariana


Ele têm cara e voz de rato latino da Disney. Nada simpático e radical, ele dificilmente se transformaria em um ícone comercial para venda de camisetas e boinas fora de Caracas. Ainda assim (ou por isso mesmo), tem ocupado nas últimas semanas mais espaços midiáticos que todos os líderes latinos, europeus, africanos e asiáticos juntos. Graças a ele, Dolores têm garantidas as suas gargalhadas diárias, ao assistir e ler os comentaristas neoliberais (essa expressão já virou démodé?) blasfemarem contra o populismo do ditador venezuelano. Sua preferida é a Miriam Leitoa, que entre babas e cabelos ao vento, adverte a iniciativa privada, com crescente sofreguidão, sobre o risco de uma “revolução bolivariana”. Dolores rola de rir diante das múltiplas interpretações dos donos da voz sobre o novo socialismo pregado pelo baixinho, muito similar ao capitalismo andino-amazônico que o índio Morales tem tentado implantar em território boliviano. E, quase convulsionada de tanto gargalhar, imagina o quanto deve estar sendo torturante pro Bush e companhia assistir à ascensão do ratinho, justo no momento em que Fidel ameaça pendurar as botas. Dolores não se daria por Chávez, nem ergueria bandeiras por suas idéias: ele lhe recorda o Brasil de seus pais, e o recente México sob domínio do PRI. Mas só por ousar seguir um outro caminho, ele faz jus as suas cores.

2 Comments:

At 6:08 AM, Blogger Cláudia Lamego said...

Ele é baixinho, Dolores? Parece grandão...

 
At 12:51 PM, Blogger Mauro Sérgio Farias said...

Eis que nossa brava Dolores alterna sua impetuosidade com momentos de ponderação e grande sabedoria. Ela merece todos os parabéns pelo apoio cauteloso dado a Chavez. Este ainda precisa muito além da retórica, embora a retórica não seja pouca coisa.

Grande beijo, com saudades.
Mauro

PS: Lu, como diria Frei Betto, acho que estou grávido de uma idéia e gostaria de conversar com você a respeito. Me faz contato!!!
Beijo

 

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